
Ela sentia um vazio por dentro, como se pouca coisa fizesse sentido, como se a vida fosse um buraco cheio de problemas. Ela não conseguiu dormir a noite inteira, com a cabeça cheia de lembranças e conflitos de pensamentos. Tentava entender a situação, mas não achava respostas concretas. Sorria por pouca coisa, chorava como se chorar fosse uma coisa boa. Dentro de si havia um coração quebrado, uma dor anesteziada de tanto se doer. Pensava muito nele, e em seu tempo livre...pensava nele. Seus olhos expressavam tristeza e confusão. Com um aperto no peito sem tamanho, caminhava no quarto de um lado para o outro procurando razões para viver. Volta e meia colocava a mão no coração, pensando se valia mesmo à pena aqueles batimentos continuarem. Olhava fotos dele, sorria à princípio, chorava no final. Ela tem um nó na garganta, tapando o grito incontrolável da dor anesteziada de tanto se doer. Por vezes prendia a respiração descontroladamente tentando não viver. Ela quase não comia, o nó na garganta não a deixava. Seus olhos cansados, cabeça revirada e um coração destroçado. Continuava. Parava. Continuava...sofria. Se trancava no banheiro, sentava no chão e chorava, só para ninguém a ver assim, só para não responder as perguntas que iriam lhe fazer. Segurava o choro entre as pessoas, e no fundo sabia como isso doía. Ela sente raiva e sentimentos que qualquer um já sentiu. Não gostava do claro, preferia o escuro onde ninguém veria sua cara de sofrimento. Não conseguia amar os outros, tão pouco a si mesma. E nessa inabalável inconscistência de vida, caminhava. E tudo bem, acordar, escovar os dentes, chorar e continuar.