terça-feira, 12 de abril de 2011

As máscaras



Me fizeram acreditar que todos sentiam igual, que os sentimentos vinham para nos mostrar o quão somos, mas foi errado. Me julguei por sentir diferente, me limitei, eu era errada por amar do meu jeito, até que vi cada grito sufocado na alma das pessoas, cada sorriso não mostrado por medo, todos sentem de uma maneira única e cada um têm isso de uma forma diferente, os sentimentos na verdade vêm nos mostrar o quão pequeno somos em relação a tudo, que as coisas têm um sentido maior e que quanto mais ficamos presos em nós mesmos, mais nos perdemos do mundo, mais perdemos da vida. Eu chorei por não sentir como todo mundo, por não poder sorrir como todo mundo, mas vi que as máscaras caem e eles choram por não amar como eu.

Era


Era tão grande que tomava de conta, era tão forte que consumia, tão verdadeiro que transmitia. Era tão intenso que chegava a doer. Era amor, era raiva. Era vontade de xingar, de esquecer, vontade é essa que vem de dentro, que conrrompia. Eram fogo e gelo. Um bem querer que de tanto querer se perdia. Era vontade de abraçar, todavia de bater. Era um desejo da alma, uma força maior. Eram sentimentos além da capacidade do entender. Havia aceleração dos batimentos cardíacos e pulsação progressiva. Havia falta de oxigênio e transtorno mental. Havia também um sentimento que de lá pra cá podia se sentir. Era tanto amor que de tanto se perdia. Que de tanto se doía. Era muita coisa e tal para um humano, não se cabia nem se media. Era, e continua sendo. É um bastar de um sorriso, um olhar duvidoso, preocupação que despertava de hora em hora. Meus sentimentos, todos eles. É um eterno saber, então, peço que me esqueças, implorando para que se lembre de mim.

sábado, 9 de abril de 2011

Continuar


Ela sentia um vazio por dentro, como se pouca coisa fizesse sentido, como se a vida fosse um buraco cheio de problemas. Ela não conseguiu dormir a noite inteira, com a cabeça cheia de lembranças e conflitos de pensamentos. Tentava entender a situação, mas não achava respostas concretas. Sorria por pouca coisa, chorava como se chorar fosse uma coisa boa. Dentro de si havia um coração quebrado, uma dor anesteziada de tanto se doer. Pensava muito nele, e em seu tempo livre...pensava nele. Seus olhos expressavam tristeza e confusão. Com um aperto no peito sem tamanho, caminhava no quarto de um lado para o outro procurando razões para viver. Volta e meia colocava a mão no coração, pensando se valia mesmo à pena aqueles batimentos continuarem. Olhava fotos dele, sorria à princípio, chorava no final. Ela tem um nó na garganta, tapando o grito incontrolável da dor anesteziada de tanto se doer. Por vezes prendia a respiração descontroladamente tentando não viver. Ela quase não comia, o nó na garganta não a deixava. Seus olhos cansados, cabeça revirada e um coração destroçado. Continuava. Parava. Continuava...sofria. Se trancava no banheiro, sentava no chão e chorava, só para ninguém a ver assim, só para não responder as perguntas que iriam lhe fazer. Segurava o choro entre as pessoas, e no fundo sabia como isso doía. Ela sente raiva e sentimentos que qualquer um já sentiu. Não gostava do claro, preferia o escuro onde ninguém veria sua cara de sofrimento. Não conseguia amar os outros, tão pouco a si mesma. E nessa inabalável inconscistência de vida, caminhava. E tudo bem, acordar, escovar os dentes, chorar e continuar.