domingo, 26 de junho de 2011

Vazio de amor


Este vazio de amor todos os dias:

Ela: Foi a primeira pessoa que viu quando entrou. Tão bonito que ela baixou os olhos, sem querer querendo que ele também a tivesse visto. Se entreolharam em meio à um quase sorriso, a luz em seus olhos refletiam subitamente a cada batida de seu coração. Pensava nas noites que havia sonhado com seu rosto e assim ia pensando se este havia pensado nela - ''Mesmo fazendo tudo errado eu não sei viver sem você , eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto'' - Um segundo naquele olhar bastava para a supressão de seu sentimento e aprofundamento daquela angústia tediante. Desviou o olhar na esperança que o olhar dele continuasse em sua direção, logo, olhou novamente e o viu partindo. ''Nunca mais'' - Pensou. E acrescentou: ''...Se ele tivesse vindo, teria isso diferente? (...)''.

Ele: ...Então, foi assim que a vi. Encostada na parede quando nossos olhares se encontraram, o dela logo abaixou descontente ao me ver, entretanto, pensei em várias possibilidades viáveis à acontecer, não encontrei nenhuma. Ela sempre estava tão distante com um meio sorriso estampado naquele doce olhar. Tão linda, tão distante. Não faz muito tempo que a vi nos meus sonhos reluzindo todas as contrações que tenho ao vê-la, mesmo sabendo que não sou retribuído. - ''Mesmo fazendo tudo errado, eu só queria que você pudesse ouvir o que eu penso antes de dormir. Todos os dias eu pego no sono, e pra variar sonho com você, são os melhores sonhos da minha vida, e de manhã quando eu acordo penso como é bom levantar já pensando em você, apesar de você não ligar, só queria que soubesse, que minhas noites, são suas'' - Ela desviou o olhar e eu pudi sentir o desprezo que havia, me retirei em um constante ar de nobreza. ''Nunca mais'' - Pensei. E acrescentei: ''E...se eu tivesse ído, teria isso diferente? (...)''.

Incomun


Tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que eles vissem nem soubessem, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva que escorria dos meus olhos, que talvez eu não quisesse que eles soubessem que eu era eu, e eu era. Começou a acontecer uma coisa confusa na minha cabeça, essa história de não querer que eles soubessem que eu era eu...Que eu sofria por eles, subitamente, por causa deles. E saber que eu chorava insignificamente por uma junção de tombos feios, feios de ralar o coração. Ás vezes chegava ser engraçado segurar um sorriso e por fim mantê-lo em guarda, e fingir que não se importa, oh, fingir que não me importo quando há tanto pra me incomodar. Era desesperador a calmaria de achar que tudo ia ficar bem, indubitavélmente incomun é nisso que a gente acredita. Tudo e nada, uma contradição. E dói, dói pra caramba. Mas não mostro.

Te acalma


Inverno chegara como nunca havia chegado antes, trazendo consigo um tordilhão de sentimentos contraditórios. Dizia-se triste, ao menos sem pronunciar uma palavra. O vi chegar de longe, me trouxe tantos pensamentos que fugi dali. Chegando em casa me deitei sobre minha cama, coloquei a cabeça entre o travesseiro e chorei. Sinceramente, não sabia o que fazer. Tentei achar conclusões sensatas, li e reli sentimentos que não eram meus, te vi em cada um deles e me senti como nunca me pus a sentir antes. Olhando estes sentimentos vi uma certeza ainda incerta, uma alegria incompleta. Mas talvez, você não entenda essa coisa de amor não passageiro. -Respirei fundo- Arranquei uma folha daquele caderno sublime, de um passo à outro escrevi palavras que eram suas, escrevi sobre um amor oblíquo, um sonho de verdade. Escrevi sobre você e os beijos não dados, dos sorrisos em mentes e da saudade esquecida. Escrevi sobre um adeus não dado e vontades escondidas. Escrevi sobre meu amor, de fato. ''Um dia, se alguém te amar um pouco do que eu te amo, será o suficiente para te amar por uma vida''. Lamento mais do que qualquer palavra ou lágrima poderia lamentar, sinto tanto e sinto mais por não poder demonstrar. Em meio a esse desespero continuo rezando por essa junção confusa. Hoje eu não sei o que me deu, mas doeu não te ver aqui, doeu não saber onde você estava e doeu mais ainda não ter ninguém para perguntar. Imaginar seu olhar misterioso, e seu sorriso contente. Imaginar você falando bom dia para alguém e saber que esse alguém jamais será eu. - Então te acalma menina, não desista, as coisas acontecem quando têm que acontecer, acalma e faz tua parte- Vivo cada dia intensamente em pura monotomia, pensando mais em mim, e assim, aos poucos pensando em você - a cada batida do meu coração.

terça-feira, 12 de abril de 2011

As máscaras



Me fizeram acreditar que todos sentiam igual, que os sentimentos vinham para nos mostrar o quão somos, mas foi errado. Me julguei por sentir diferente, me limitei, eu era errada por amar do meu jeito, até que vi cada grito sufocado na alma das pessoas, cada sorriso não mostrado por medo, todos sentem de uma maneira única e cada um têm isso de uma forma diferente, os sentimentos na verdade vêm nos mostrar o quão pequeno somos em relação a tudo, que as coisas têm um sentido maior e que quanto mais ficamos presos em nós mesmos, mais nos perdemos do mundo, mais perdemos da vida. Eu chorei por não sentir como todo mundo, por não poder sorrir como todo mundo, mas vi que as máscaras caem e eles choram por não amar como eu.

Era


Era tão grande que tomava de conta, era tão forte que consumia, tão verdadeiro que transmitia. Era tão intenso que chegava a doer. Era amor, era raiva. Era vontade de xingar, de esquecer, vontade é essa que vem de dentro, que conrrompia. Eram fogo e gelo. Um bem querer que de tanto querer se perdia. Era vontade de abraçar, todavia de bater. Era um desejo da alma, uma força maior. Eram sentimentos além da capacidade do entender. Havia aceleração dos batimentos cardíacos e pulsação progressiva. Havia falta de oxigênio e transtorno mental. Havia também um sentimento que de lá pra cá podia se sentir. Era tanto amor que de tanto se perdia. Que de tanto se doía. Era muita coisa e tal para um humano, não se cabia nem se media. Era, e continua sendo. É um bastar de um sorriso, um olhar duvidoso, preocupação que despertava de hora em hora. Meus sentimentos, todos eles. É um eterno saber, então, peço que me esqueças, implorando para que se lembre de mim.

sábado, 9 de abril de 2011

Continuar


Ela sentia um vazio por dentro, como se pouca coisa fizesse sentido, como se a vida fosse um buraco cheio de problemas. Ela não conseguiu dormir a noite inteira, com a cabeça cheia de lembranças e conflitos de pensamentos. Tentava entender a situação, mas não achava respostas concretas. Sorria por pouca coisa, chorava como se chorar fosse uma coisa boa. Dentro de si havia um coração quebrado, uma dor anesteziada de tanto se doer. Pensava muito nele, e em seu tempo livre...pensava nele. Seus olhos expressavam tristeza e confusão. Com um aperto no peito sem tamanho, caminhava no quarto de um lado para o outro procurando razões para viver. Volta e meia colocava a mão no coração, pensando se valia mesmo à pena aqueles batimentos continuarem. Olhava fotos dele, sorria à princípio, chorava no final. Ela tem um nó na garganta, tapando o grito incontrolável da dor anesteziada de tanto se doer. Por vezes prendia a respiração descontroladamente tentando não viver. Ela quase não comia, o nó na garganta não a deixava. Seus olhos cansados, cabeça revirada e um coração destroçado. Continuava. Parava. Continuava...sofria. Se trancava no banheiro, sentava no chão e chorava, só para ninguém a ver assim, só para não responder as perguntas que iriam lhe fazer. Segurava o choro entre as pessoas, e no fundo sabia como isso doía. Ela sente raiva e sentimentos que qualquer um já sentiu. Não gostava do claro, preferia o escuro onde ninguém veria sua cara de sofrimento. Não conseguia amar os outros, tão pouco a si mesma. E nessa inabalável inconscistência de vida, caminhava. E tudo bem, acordar, escovar os dentes, chorar e continuar.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Entre rimas


Então vamos fingir que nada aconteceu, que hoje nada reflete nos erros que você cometeu, que não fui eu quem chorou por amor, nada mais justo que esse temor. Então vem, diz que não foi mentira essa dor, que não houve nada mais que amor. Quero ver você mentir, dizer coisas sem sentir e ao menos transmitir o que o seu coração ousa refletir. Não fala nada, não. Não destrate essa vida retardada, que volta e meia te faz sofrer, mesmo sem querer. Não fui eu nem você, por isso que ninguém precisa saber o que se encontra neste viver. Mas por você eu jurei não cometer os mesmos erros, sem medo, sem anseio. E o que eu vejo agora é desprezo sem preço. Não vou mais me permitir. E pensar que um dia cheguei a dizer: ''Amor igual ao meu você nunca vai ter'' e você sem razão, disse com emoção: ''Eu te amo, do fundo do meu coração'' Agora me custo à reconhecer o quanto você me fez sofrer, e se hoje sorrindo digo que lhe esqueci, foi por medo de mentir o que meu coração se pôs a sentir. Desculpas ao meu ser eu lhe dou, aquele amor que nunca voltou. Graças lhe retribuo, por não amar direito o que foi feito. Agora tudo acabou, me resta apenas lembrar e sorrir de tudo o que ficou. Entre rimas eu transmito aquele sentimento que foi mito, hoje não passa de méra ilusão.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Nada sei sem o amor


As pessoas dizem que o amor machuca, mas não é verdade. Saudade machuca, solidão machuca, perder alguém machuca...mas o amor não. O amor é a única coisa capaz de nos curar de tudo isso. De tantos sentimentos ele se mostra o melhor. O problema é que as pessoas tem essa mania de confundir, de achar. A verdade é que o amor é uma merda, mas uma merda boa. E o pior é que existe pessoas o julgando sem nem ao menos tê-lo, se liga, você nunca vai saber o real significado do amor. Mas não me incomoda sua conclusão sobre ele, eu tenho a minha e vivo feliz assim. E porque? Porque uma única pessoa foi capaz de me mostrar realmente o que é o amor, e acredite, eu sei mais sobre ele do que você imagina. Não sei lidar com 'eu te amo' da boca pra fora, não sei sentir pela metade...nada sei sem o amor. Talvez eu ame mais do que eu deveria. Deveria eu talvez amar mais.

domingo, 2 de janeiro de 2011

25 de dezembro


Eu sempre me lembrarei, era 25 de dezembro. Um silêncio, uma voz, uma notícia: Sua tia foi assassinada. Respirei, como se não houvesse dor meu coração congelou, direto, objetivo e sistemático. Fechei meus olhos na esperança daquilo ter sido um pesadelo, os abri automáticamente sabendo que era real. Respirei, de novo, controlando a vontade de gritar e segurando o choro que insistia em sair. Sabia que por mais que eu respirasse na tentativa de diminuir a dor aquilo nunca saíria de dentro de mim, estava encravado em meu peito assim como a faca que matou a minha tia. Dor sem igual. Tentei pensar no lado positivo, mas não havia nenhum, não há lado positivo na morte, e se há eu o desconheço. A vida é tão injusta, ela nos tira pessoas que amamos de uma hora para outra, ela nos faz chorar em datas onde se deveria comemorar. Sempre soube disso tudo, mas nunca havia perdido alguém que eu amo. Muitas pessoas entraram na minha vida, muitas delas já saíram, outras já nem lembro. Mas diferente de uma pessoa simples e comum sair da sua vida, é quando uma pessoa que você ama e que era importante, simplesmente desaparece pra sempre, pra nunca mais voltar. Saber que não poderá vê-la novamente, nem agora nem em outra vida, outro mundo. Nunca mais ver seu sorriso ou até mesmo suas lágrimas. Sorrir lembrando dos momentos com ela e ficar só na lembrança. Vê-la em fotos e saber que nunca mais poderá estar ao seu lado novamente. Porra! e pensar em quantas vezes já pedir pra morrer, pra sumir, desaparecer, enquanto existe por aí pessoas lutando por mais um minuto de vida, querendo a sobrevivência, que merda é essa que eu quis meu Deus? Desprezar a vida de maneira tão banal, esquecendo de quantas pessoas iriam sentir a dor que estou sentindo agora! Dor da perda, uma das piores dores existentes. Mas caralho! o que foi que o senhor fez, Deus? Porque teve que tirá-la de nós? Sinto um vazio por dentro, não consigo entender. Tenho medo de que passe dias, muitos dias, até que chegue o momento o qual não me lembrarei mas da voz dela, do sorriso, do toque! Tenho medo de esquece-lá, não quero nem espero isso! Hey Deus, não me tire mais ninguém que amo, por favor, você pode fazer isso? Eu sei que pode, lhe tenho fé. Quem me dera tirar-te daí tia, e poder te ter novamente. Quem me dera que o seu sorriso não pudesse se apagar (...) Como posso te esquecer, tia? Sua imagem estar no meu ser. O que posso fazer para não pensar em ti? Não desse jeito, não com essa dor! Saíba de onde estiver que lhe tenho amor, muito amor. Queria eu poder lhe enviar o que estou sentindo agora, tia, para que soubesse a falta que faz.

- Texto dedicado ao Leonardo Fonseca, que perdeu sua tia de uma forma tão brutal, tão triste.